sábado, 26 de março de 2011

triste fim

O preço que se cobra pela vida boêmia só aparece na ressaca
Durante a noite e a farra vejo apenas as luzes girarem
O trago que atordoa e aos poucos o corpo estraga
As vozes e a fumaça me seduzem com libertinagem
Como se aquela lua cheia fosse o que me desse prazer
Como se com o clarear do dia eu fosse morrer
Uma última dança e um beijo seu para a eternidade
Não que eu queira apenas você e toda sua liberdade
Não que essa garrafa vá ser a última
Não que eu vá me apaixonar e você será única
Triste é não saber dividir e ficar com angústia
Depois venha e me dê o troco com raiva
Um dia tudo volta na balança do karma
Tente me ferir com quantos homens quiser
Agora que acabou não há dor que possa causar
Arder meu orgulho assim, apenas minha mulher
Esqueça tudo que agora não há como voltar
Se antes tu varava meus sonhos
E eu negava de qualquer jeito esses pesadelos
Agora afasto esses pensamentos medonhos
Agora procuro ignorar teu desespero
Ser feliz com quem amanheceu comigo
Pois a noite acabou, e a ressaca é forte nesse domingo
Após a tempestade sopra esperança para todos
Menos para o casal efervescente que cheira a absinto
Menos para aqueles dois tolos
Pois ela perdeu-se pela vida e por aí vaga
E ele trocou a lua pelo sol, e o resto pelo amor
Um dia se encontrarão na mesma estrada
De mãos dadas, longe do passado de dor
Afinal foi uma noite dentre outras tantas
Ela muito doce, mas nenhuma santa
Ele muito amargo mas nenhum bastardo
Talvez tivessem dado certo
Se a noite não tivesse tão cedo, terminado
Se ele não fosse tão canalha e medroso
Se ela não tivesse o deixado correr
Mas agora foi-se e está selado
Do meio de suas vidas até o fim dos mundos
Do calor do inferno até a ternura do paraíso
Dois apaixonados nesse abismo inseguro
Um tendo esquecido o gosto do etílico..
A outra tendo esquecido a vingança e o próprio orgulho..

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